Dislexia e TDAH na escola: entenda os transtornos e como apoiar os estudantes
A dislexia e o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade) são condições neurobiológicas que impactam significativamente o processo de aprendizagem de crianças e adolescentes. Compreender as suas características,[...]
Práticas Pedagógicas
04/07/2025
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A dislexia e o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade) são condições neurobiológicas que impactam significativamente o processo de aprendizagem de crianças e adolescentes.
Compreender as suas características, diferenças e intersecções entre essas condições é fundamental para que educadores e coordenadores pedagógicos, possam implementar estratégias eficazes de apoio no ambiente escolar. Quer entender melhor o assunto? Confira a seguir!
O que são dislexia e TDAH?
A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem, caracterizado por dificuldades na leitura, escrita e soletração, mesmo quando há inteligência adequada e oportunidades educacionais apropriadas. Já o TDAH é um transtorno neurobiológico que afeta a atenção, a impulsividade e, em alguns casos, a hiperatividade, podendo comprometer o desempenho acadêmico e social do aluno.
Diferenças entre dislexia e TDAH
Embora ambos os transtornos possam afetar o desempenho escolar, suas manifestações são distintas. A dislexia está relacionada a dificuldades específicas na linguagem escrita, como decodificação de palavras e compreensão de texto.
O TDAH, por sua vez, envolve déficits na atenção sustentada, controle de impulsos e regulação da atividade motora. Enquanto a dislexia compromete habilidades de leitura e escrita, o TDAH afeta a capacidade de concentração e organização.
É possível ter dislexia e TDAH juntos?
É possível que um indivíduo apresente simultaneamente dislexia e TDAH, situação em que duas ou mais condições ocorrem ao mesmo tempo, conhecida como comorbidade.
Quais são os sintomas da dislexia e os 4 tipos de TDAH?
Os sintomas da dislexia incluem dificuldade em reconhecer palavras, leitura lenta e com erros, problemas na ortografia e na escrita, além de confusão entre letras semelhantes.
Já o TDAH é classificado em três tipos principais: predominância de desatenção, predominância de hiperatividade/impulsividade e tipo combinado.
Os sintomas variam conforme o tipo, e podem incluir distração fácil, inquietação e dificuldade em seguir instruções.
Impacto da dislexia e do TDAH na aprendizagem
Ambos os transtornos podem comprometer significativamente o desempenho acadêmico. A dislexia pode levar a dificuldades na aquisição da leitura e da escrita, afetando todas as áreas do conhecimento que dependem dessas habilidades.
O TDAH pode resultar em baixo rendimento devido à dificuldade de concentração, organização e controle de impulsos, além de possíveis problemas de comportamento em sala de aula.
Desafios no ambiente escolar para alunos com dislexia e TDAH
No contexto escolar, alunos com dislexia e TDAH enfrentam desafios como a inadequação das metodologias de ensino, falta de compreensão por parte de educadores e colegas, e ausência de suporte especializado.
Essas dificuldades podem levar à baixa autoestima, desmotivação e até evasão escolar. Por isso, é essencial que a escola promova um ambiente inclusivo, com estratégias adaptadas às necessidades desses estudantes.
Qual é a importância do diagnóstico precoce?
A identificação precoce da dislexia e do TDAH é crucial para o sucesso educacional dos alunos. Um diagnóstico realizado por uma equipe multidisciplinar permite a implementação de intervenções adequadas, minimizando os impactos negativos no aprendizado e no desenvolvimento socioemocional. Além disso, facilita o acesso a recursos e adaptações necessárias no ambiente escolar.
Tecnologias assistivas no apoio à dislexia e ao TDAH
A tecnologia tem sido uma grande aliada no apoio a estudantes com dislexia e TDAH. Ferramentas como softwares de leitura em voz alta, editores de texto com corretores ortográficos e organizadores de rotina ajudam esses alunos a lidar com suas dificuldades específicas.
Aplicativos de foco, alarmes para lembretes e ferramentas de anotações visuais também fazem parte desse universo. Ao incorporar essas tecnologias ao cotidiano escolar, a escola promove maior autonomia e inclusão.
Adotar métodos que envolvem diferentes sentidos — como visão, audição e tato — pode ser muito benéfico para alunos com dislexia e TDAH. O ensino multissensorial permite que o estudante explore o conteúdo de formas variadas, o que amplia a retenção e o entendimento.
Atividades práticas, jogos pedagógicos, música, dramatizações e materiais manipuláveis são ótimas opções para tornar o aprendizado mais dinâmico e acessível. Além disso, a personalização do ritmo de ensino e a flexibilização das tarefas também contribuem para uma aprendizagem mais efetiva.
Adaptações curriculares e flexibilizações pedagógicas
As adaptações curriculares não devem ser vistas como favorecimento, mas como um direito educacional. Estudantes com dislexia e TDAH se beneficiam de avaliações adaptadas, tempo extra para realizar atividades, apoio individualizado e estratégias de ensino diferenciadas.
Essas medidas respeitam o ritmo de aprendizagem do aluno, oferecendo a ele oportunidades reais de demonstrar seu conhecimento sem as barreiras impostas pelos transtornos. A flexibilização pedagógica também inclui o uso de recursos visuais, a divisão de tarefas complexas em etapas menores e mudanças na forma de apresentação dos conteúdos.
Colaboração entre escola, família e profissionais de saúde
O apoio ao aluno com dislexia e TDAH precisa ser um esforço conjunto. A escola não pode atuar sozinha. É fundamental que a família esteja envolvida no processo, mantendo um diálogo constante com os professores e profissionais de saúde.
Reuniões periódicas, troca de informações e escuta ativa são estratégias que fortalecem essa parceria. Quando todos os envolvidos atuam em sincronia, o aluno se sente mais seguro e motivado para enfrentar seus desafios.
Formação docente e empatia como pilares do acolhimento
A formação continuada dos professores é peça-chave no atendimento às necessidades de alunos com dislexia e TDAH. Cursos, workshops, leitura de materiais atualizados e troca de experiências entre educadores ajudam a construir uma prática pedagógica mais inclusiva.
Além da capacitação técnica, é essencial que o professor desenvolva empatia. Compreender as dificuldades dos estudantes e acreditar em seu potencial são atitudes que fazem toda a diferença no dia a dia escolar. O olhar sensível do educador pode ser o ponto de virada na vida de um aluno.
Casos de sucesso e boas práticas escolares
Diversas escolas brasileiras têm alcançado resultados positivos ao incluir alunos com dislexia e TDAH por meio de práticas pedagógicas inclusivas. Entre as principais estratégias destacam-se o uso de avaliações adaptadas e tecnologias assistivas, como softwares de leitura e digitação por voz.
A formação continuada dos professores tem sido essencial para capacitá-los a aplicar metodologias diferenciadas e atender às necessidades específicas dos alunos.
Além disso, muitas instituições têm implantado salas de apoio para atendimento individualizado e fortalecido a parceria com as famílias e profissionais de saúde, promovendo um trabalho conjunto e mais eficaz.
A legislação brasileira também tem avançado no reconhecimento desses transtornos, como a Lei 14.254/21, que garante assistência integral aos estudantes. Com essas ações, as escolas têm promovido um ambiente mais acolhedor, que favorece o desenvolvimento acadêmico e emocional dos alunos com dislexia e TDAH.
Conclusão
Falar sobre dislexia e TDAH é reconhecer que cada aluno aprende de um jeito e que o papel da escola é garantir que todos tenham oportunidades reais de aprender. Com informação, empatia e estratégias pedagógicas bem fundamentadas, é possível transformar o ambiente escolar em um espaço de acolhimento e desenvolvimento.
Educadores que buscam constantemente novas soluções e metodologias estão na linha de frente dessa mudança. Ao promover práticas que respeitam as singularidades dos estudantes, eles ensinam conteúdos e também cultivam confiança, autoestima e esperança.