Dia dos Povos Originários

Dia dos Povos Originários: história, cultura e atividades educativas para trabalhar na sala de aula.

Datas especiais
11/12/2023
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Criança indígena sorri para a foto.

​​Comemorado em 19 de abril, o Dia dos Povos Indígenas é celebrado desde 1940. Curiosidade: a data foi escolhida no Primeiro Congresso Indigenista Interamericano, reunião que possuía como objetivo fazer o debate de várias pautas fundamentais a respeito da situação dos povos indígenas após o longo e violento processo de colonização.

Desde então, vários países, em todas as Américas, passaram a instituir a data em sua agenda com o propósito de preservar a memória de seus povos e estimular processos educativos em escolas, universidades e outras instituições. Como outras datas importantes no calendário de uma nação, trata-se do convite à reflexão sobre a história e os costumes que orbitam um determinado assunto. Nesse caso, há muito que falarmos sobre a cultura indígena e como ela está enraizada na própria identidade nacional brasileira, por exemplo.

Apesar de o Dia dos Povos Indígenas ser comemorado em abril pelas nações americanas, outra data foi determinada pela ONU em um contexto internacional: 9 de agosto, ​como resultado da atuação de representantes de povos indígenas de diversos locais do mundo. ​​​​​​Uma outra curiosidade é que, em 2022, o nome dado para essa comemoração passou do conhecido Dia do Índio para Dia dos . Essa mudança aconteceu após o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, definir que o dia deveria deixar explícito a diversidade dos povos e das culturas. Desta forma, a Lei ​​14.402, de 2022 instituiu a transição de nome.

Como podemos trazer esse tema dentro das escolas?

Para aproveitar a ocasião, separamos 4 atividades que ​você, professor ou professora, pode colocar em prática e fazer com que os alunos reflitam sobre a temática. Dê uma olhada!

Arte indígena

Uma ótima maneira de ressaltar a cultura de um povo é por meio da sua arte e com os povos originários* isso não é diferente. Mostre aos alunos alguns dos inúmeros e belos exemplos da arte indígena, como seus desenhos repletos de padronagens, as pinturas corporais e as músicas que embalam as festividades e as guerras. Uma boa ideia é pedir para que os estudantes retratem esses modelos usando materiais que o próprio povo indígena utiliza, como tinta, plantas e demais itens naturais que possam servir como adereços.

Culinária tradicional

Sabemos que a gastronomia é extremamente diversa ao redor do mundo e, também, no Brasil. Cada região possui um prato que a representa como, por exemplo, o Tacacá no Norte do país e o arroz carreteiro no Sul. Quando falamos nos povos indígenas, não é diferente. Os pratos típicos podem ser abordados dentro de sala de aula e, além disso, o professor pode pedir para que os alunos levem algum alimento ou receita clássica indígena, como:

  • ​​​Goma de tapioca
  • Macaxeira ou mandioca
  • ​​​Pamonha
  • ​​​Bolo de milho

Essa atividade é, além de saborosa, uma forma muito didática de evidenciar o quanto de nossa cultura está entrelaçada à cultura dos povos indígenas.

Pesquisa e realidade

Para os alunos dos anos finais, uma ótima ideia é pedir para que eles pesquisem sobre os povos indígenas e entendam sua atual situação no país, fortalecendo o olhar crítico e a busca por práticas que mitiguem problemas graves que têm ocupado os noticiários no Brasil. Seguem algumas discussões pertinentes:

O último dado divulgado pelo IBGE, em 2022, registrou que o país conta com cerca de 900 mil indígenas em terras brasileiras. ​​Desta forma, é necessário que o respeito, o olhar do governo e as políticas públicas estejam sempre presentes no nosso cotidiano de forma que possamos valorizar e enaltecer esse povo que estava aqui muito antes de qualquer ideia de um Brasil como o que temos hoje. E sabemos que isso não é o que acontece, infelizmente. Em pleno 2023, por exemplo, crianças e adultos da etnia Yanomami sofrem com doenças e desnutrição: consequência da contaminação das águas por mercúrio, da violência em terras indígenas e da falta de atendimento médico que deveria ser garantido pelo governo. Esses são apenas alguns dos elementos que assombram os indígenas brasileiros, sem deixar de lado ​​o desmatamento em suas terras, que aumentou 64% nos primeiros meses de 2020. Sim: há muito que se debater e há muito para fazer.

Literatura

A história pode ser contada pelas páginas de um livro, seja ele físico ou virtual. Desta vez, reunimos três títulos que você pode trabalhar com os seus alunos:

Antologia de contos indígenas de ensinamento

Sinopse: Daniel Munduruku relata, pela primeira vez, sua experiência como professor no Ensino Médio em uma escola paulistana. Mestre de jovens, ou melhor, “confessor de seus sonhos”, como ele mesmo se autodenomina, Daniel relata intensas experiências de troca afetiva e intelectual por meio das quais ele aprendeu que “para ensinar é preciso estar cheio, não de conhecimentos, mas de futuro, de esperança, de tolerância, de orgulho”.

Menino-trovão

Sinopse: Imagine o mundo quando não havia ainda nenhum ser humano e, então, aparece o primeiro de todos! Ele também foi o primeiro herói, pois teve que aprender a superar obstáculos, descobrir seu propósito na vida e enfrentar seus medos e dúvidas típicas da existência. Esta história é inspirada na sabedoria de uma cultura muito antiga do Brasil, chamada tupi. Ela fala das aventuras de um menino bem diferente, o primeiro habitante do mundo.

​​Crônicas indígenas para rir e refletir na escola

Sinopse: Para que servem estes pequenos textos que aqui lhes apresento? Para que possamos nos espantar com aquilo que nos parece óbvio, mas não é. Não é, porque pouco sabemos sobre essas populações. O que nos ensinaram tem a ver com a tal da história única contada por uma voz estridente que nunca nos ofereceu outras versões e por conta disso acabamos por aceitar o que nos era ensinado.

Prontos para comemorar a data? Aproveite as dicas!

*O termo “povos originários”, significa aquele que nasceu no lugar ou originário daquele lugar. Dessa forma, é correto tratar os povos indígenas que chamamos de índios de povos originários ou nativos.


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